Minha
intenção ao escrever este livro é
transmitir minha experiência com o Yoga. Não
tenho a pretensão de ser uma autoridade no assunto
e, sim, servir de referência e inspirar aqueles
que estiverem procurando um método apropriado
para desenvolver o autocontrole e o autoconhecimento.
Existem técnicas orientais que, quando corretamente
praticadas, trazem grandes resultados. A prática
do Yoga é perfeita quando exalta as normas sensatas
e sábias que devem ser segidas para a manutenção
da saúde. A maioria das pessoas dá muito
valor à saúde quando a perde. Existem
milhares de tipos de Yoga, e uma de suas régras
básicas é purificar e fortalecer o corpo
para libertar e desenvolver a mente.
A
primiera pessoa a codificar o Yoga foi Patanjali, por
volta de 360 a.C. ao ensinar o Ashtanga Yoga em seu
Yoga sutra, que está divido em quatro capítulos.
Com base no segundo sutra, transmitirei algumas técnicas.
O
sistema de Yoga, como se confirma no Bhagavad-gita e
como recomenda a disciplina de Patanjali é bem
diferente das linhas de Yoga que estão na moda
hoje em dia. A real prática do Yoga significa
controlar os sentidos. Algumas escolas têm como
objetivo o controle dos sentidos e outras têm
o controle dos sentidos como ponto de partida. Os obstáculos,
as provações e os conflitos podem ser
removidos por um mestre. Um mestre fidedigno ensina
uma nova e apropriada visão da vida e liberta
seus discípulos da concepção corpórea
que traz tanta frustração.
O
Shiva tantra divide os sadhakas (discípulos)
em quatro classes:
1
- Mrdu (fraco): os estudantes fracos são aqueles
aos quais falta entusiasmo, que se permitem criticar
o professor, comem sem controle, são instáveis,
sem virilidade e estão sob o poder de mulheres
ou, no caso de ser mulher, quando é luxuriosa
e sedutora.
2-
Madhyama (médio): o discípulo médio
tem uma mente regular, é capaz de suportar dificuldades,
deseja aperfeiçoar-se no trabalho e é
moderado em todas as circunstâncias.
3
- Adhimatra (superior): o discípulo superior
tem uma mente estável, é viril, independente,
nobre, generoso, sincero, corajoso, respeitoso com seu
mestre e atento na prática do Yoga.
4
- Adhimatratma (supremo): este último é
o mais elevado e o único capaz de ir além
deste mundo manifesto. O discípulo supremo é
de grande virildade e entusiasmo, de boa aparência,
versado nas escrituras, equilibrado, nunca melancólico,
jovial, comedido na alimentação, lvre
do medo, íntegro, habilidoso, faz-se útil
a todos, é firme, fala gentil e respeitosamente
com seu mestre. Assim é o discípulo supremo,
apto a todas as formas de Yoga.
(Páginas
8 e 9 do livro Yoga, corpo e alma, de Regina Shakti)